Mesmo com tempo para se adaptar, comerciantes e a gestão pública falharam em organizar o espaço.
Entenda os principais problemas que motivaram a decisão da Justiça sobre os food trucks na Praça do Cinema e conquistaram o apoio da população.
1. Acomodação dos donos e falta de atitude ao longo do tempo
Mesmo com sinais claros de desgaste e reclamações, muitos donos de trailers não buscaram melhorias ou alternativas. O problema se arrastou sem reação.
2. Trânsito comprometido no entorno
A ocupação da praça atrapalhava o fluxo de carros e pedestres, causando desorganização e até risco de acidentes em um dos pontos mais movimentados da cidade.
3. Falta de diversidade e inovação gastronômica
A maioria dos trailers oferecia os mesmos produtos de sempre — batata, hambúrguer, espetinho. Faltava criatividade, renovação e propostas gastronômicas diferentes que despertassem o interesse do público. Um food park precisa ser um espaço dinâmico, que promova experiências novas e valorize a diversidade. Quando se acomoda na mesmice, ele perde a função social e econômica que justifica sua presença em um espaço público nobre.
4. Desorganização visual da praça – Espaço mal distribuído e bagunçado
Ocupação sem ordem: mesas espalhadas, carrinhos improvisados e uma aparência caótica deixavam a praça desconfortável e desvalorizada.
5. Acúmulo de lixo e problemas de limpeza
A ausência de uma política eficaz de limpeza e o volume de resíduos deixavam a praça suja, com mau cheiro e aparência de abandono em alguns períodos.
6. Prejuízo à paisagem urbana e desvalorização do espaço público
A praça perdeu sua função de espaço de lazer e beleza. A aparência desorganizada comprometia a imagem da cidade e o uso coletivo do espaço.
7. Competição desleal com estabelecimentos formais
Enquanto bares e lanchonetes formais arcam com impostos e aluguel, os trailers operavam com menos obrigações, o que criava um desequilíbrio comercial.
8. Exclusão de novos empreendedores
Sem regras claras de ocupação e renovação, a praça acabou dominada pelos mesmos trailers de sempre. Quem tinha ideias criativas ou queria começar do zero enfrentava barreiras invisíveis — havia uma espécie de “reserva oculta” de espaço, que dificultava a entrada de novos nomes no local.
9. Ambiente descontrolado e inseguro para famílias e crianças
Carrinhos infantis circulando sem limite, churrasqueiras próximas a brinquedos e confusões durante a noite mostravam a falta de controle e segurança no local.
10. Poluição sonora e incômodo aos moradores
Som alto, música até tarde da noite e barulho constante incomodavam quem morava nas redondezas e afastavam famílias da praça. O volume só era reduzido quando a polícia aparecia, mas como não havia um limite claro e regulamentado, isso dificultava até conversas simples e prejudicava a convivência social no espaço.
11. Falta de liderança da prefeitura no planejamento urbano
A gestão municipal se omitiu diante dos problemas visíveis. Durante anos, não organizou o espaço, não criou regras claras e tampouco buscou soluções reais. Mesmo com reclamações crescentes da população, preferiu empurrar o problema, mostrando falta de comando e planejamento. O resultado foi o desgaste do espaço público e, por fim, a necessidade de uma intervenção judicial.